A Criança que Media o Silêncio - Rio de Janeiro, 2012
Lápis de cor sobre Papel Layout
Certa vez, uma criança delgada sentou-se ao meu lado. Tinha gestos quietos e um olhar distante. À frente de nós, nada além da imensidão azul.
Em meio a uma conversa dinâmica, ela contou que, de onde veio, há um lugar tão calmo e tão sereno, que é possível ouvir o som do cabelo crescendo.
— Eu acredito em você — respondi, brandamente — Há lugares em que o som do cabelo crescendo é como uma tempestade, lugares tão ermos que seria possível ouvir o coração despedaçar-se de saudade.